vendredi 21 août 2009

ZÉ ACULTURADO - by ETHEL MUNIZ



( Uma historia para anestesiar boiada )


Levanta do chão na badalada do sino da fé
Mete o pé esquerdo
No penico
Sentado
Ao lado do direito
Solta uma merda da boca
E sai pulando de uma perna Saci-Perere
Manquejando
Como um atropelado de pneu furado
E o Brasil nem ai...
Sai respingando pelas ruas
Moleques 100 dificuldades
Marcando uma pista lógica
Onde os inimigos facial-mente seguem
Atola um pé na poça e com nojo
Com mãos sebentas Phebo
Lux o sabonete das estrelas
E nessa agonia
Zé Aculturado
Sonha de pesadelos...
Coloca uma camisa-de-força verde
Um pé-de-chão azul varonil
Uma gravata amarela
No nó pardo da garganta
Suada
Os olhos esbugalhados de estrelas
Cabelo-pinchuim atolado de brilhantina Gostora
Leite de Rosas para limpar as espinhas da cara ainda quê...
Não bebeu café...
– A porra do sino só sina atrasado
Que Sufoco!!!
Pendurado num colativo ensardinhado
Doida-mente bailando apitando chingando suando quente frio morno
Pelas avenidas alvoroçadas destroçadas
Quarenta graus!!!
Do quadro da janela arranhada
Um outro Zé batido pelos Zés fantasiados de lei
Não dava para contar os Zés bandidos dos outros Zés batidos
A bandeja saculejava ia para frente para atrás
Um freio de arrumação era o aproveito
Tirava um sarrinho num sexo oposto...hummmmm
E pinba!!! Baammmm!!! Bummm!!! Craaakkk!!!
Acidente de rodagem
Uma barraca de churasquinho-de-gato
Um menino matado
Uma velha ou velho
Um cão ou pobre...
E o Brasil Falou :
- Que falta de irresponsabilidade onde já se viu dirigir um matadoro
A 30 por hora?...
No meio do assassinato...
Alvoroços choros gritos odios mêdos fés cinismos...
A ignorancia.
Zé olha o punho ... e nada do sino... no meio do sinistro... Zé foi arrombado
Pensou chingar : -” Filhos da Puta ...”
Mas a mãe é dele tambem.
Amanhã acordará mais cêdo
Comprará um novo sino
E pedras para jogar pedras
Zé Aculturado
Paresse que chora!!!
E o Brasil o mais lindo do mundo
Gargalha!!!


A Rubens Pesenti e Frederico Melacocci
Abraços,
©ETHEL MUNIZ